No início da pandemia, comecei a caminhar uma hora todas as manhãs para recuperar a normalidade e aproveitar o ar livre, apesar do confinamento obrigatório. Nessas caminhadas, eu passava por uma casa com uma varanda coberta. Sentado lá estava um homem trabalhando em seu laptop e recebendo chamadas. Coberto pela extensão do telhado, ele abraçava seu novo local de trabalho todos os dias, chuva ou sol. Então, eu passava por uma mulher sentada em um galpão ao ar livre no quintal, portas abertas para revelar uma mesa ajustável de altura, cadeira de tarefa, lâmpada de mesa e uma máquina de café.
E mais adiante, na cafeteria local, eu frequentemente notava uma grande fila circulando ao redor do prédio. Os proprietários colocaram um contêiner de transporte móvel no meio do estacionamento, criando um quiosque de café que abordava preocupações de ventilação, proporcionando uma nova experiência ao ar livre para seus clientes fiéis. Como designer observando essas transformações engenhosas ao meu redor, não pude deixar de me perguntar como poderíamos desenvolver mais espaços ao ar livre para atender ao momento atual, ao mesmo tempo em que melhoramos as experiências de local de trabalho, aprendizado, varejo e jantar. Uma equipe de designers do nosso estúdio em Los Angeles se esforçou para descobrir.
Primeiro queríamos entender nosso desejo inato por ambientes ao ar livre. Uma razão central pela qual desejamos a luz solar? A exposição a plantas, luz natural e ar ao ar ao ar livre tem sido provada para melhorar nosso bem-estar físico e mental. A exposição do corpo à luz solar tem um impacto direto na produção de serotonina — ou seja, o produto químico que estimula o humor é responsável por sinalizar sentimentos de felicidade e bem-estar ao cérebro. Além disso, a luz solar estimula a produção natural de vitamina D do corpo. Assim, passar um tempo sob a luz do sol — mesmo que você esteja dentro de casa — ajuda seu corpo a produzir a quantidade de vitamina D que precisa para funcionar corretamente.
Outro fator em jogo são os ritmos circadianos, aquelas mudanças biológicas, mentais e comportamentais que seguem um ciclo de 24 horas e respondem à luz e à escuridão em nossos ambientes. Ritmos circadianos são produzidos por fatores naturais dentro do corpo, mas são principalmente afetados por sinais do ambiente — a luz é a principal deixa. A exposição à luz transforma os genes que controlam nossos relógios internos “ligados” e “desligados”. Ritmos circadianos ditam ciclos de sono-vigília, liberação hormonal, temperatura corporal e outras funções corporais importantes.